CI-NE-MA!

Quando os recursos são escassos, o medo é tudo que temos.

Assistir Dune: Part Two no cinema foi definitivamente uma das experiências mais gratificantes que eu pude ter, onde o filme não só supera o primeiro em todos os requisitos possíveis como também entra para lista das continuações mais bem trabalhadas atualmente. Dune: Part Two foi um espetáculo extremamente trabalhado em seus cenários, iluminações que oscilam em cores frias e quentes com algumas cenas em preto e branco também muito bem empregadas, porém, esse filme não se contenta em apenas ser algo de uma beleza espetacular, ele faz uma crítica bastante nítida ao fato de parte dos seres humanos não terem capacidade de sobreviver sem uma figura divina para cultar, de forma que gastem suas vidas em busca de uma salvação por uma força maior onde vivem aprisionados em seus próprios dogmas e profecias, além de demostrar o constraste de uma fé inabalável baseada em invenções com o raciocínio e a razão, e o filme trabalha cada um desses tópicos de forma tão bem colocada em seus devidos momentos sem a mínima pressa para impressionar, apenas se preocupando em contextualizar mais ainda o seu início, e conseguem executar isso impecavelmente.

Como falar de um filme como esse sem deixar de ressaltar o elenco que além de ser repleto por atuações extraordinárias ainda sim possui seus destaques como novamente temos a excelente atuação repleta de adrenalina e expressão de Timothée Chalamet, como também temos agora de forma inovadora a exploração do personagem de Zendaya, onde a mesma pode entregar seu show de atuação como de costume, e também temos novos acréscimos muito bem empregados no enredo com a personagem de Florence Pugh e também o personagem de Austin Butler que além de entregarem uma caracterização de extrema qualidade também entregam todo o ar mórbido, frívolo e ganancioso que seus personagens imprimiam. Por falar em caracterização, é impossível não ressaltar como a caracterização de cada personagem é simplesmente espetacular sendo repletas de detalhes e toques da personalidade de cada um.

É bom pontuar também as coreografias das lutas que melhoraram ainda mais em relação ao primeiro, onde elas possuem mais suavidade e movimentos mais limpos e acertivos, além de mostrar a evolução de combate dos personagens que também refletem na mudança de caráter dos mesmos. O filme é envolto por um maximalismo hipnotizante onde exploram mais ainda os designers dos vermes como também dão mais dimensão aos cenários desérticos junto a um simbolismo mais explicativo.

Se eu fosse descrever esse filme em uma palavra eu diria que ele é colossal, de maneira que tudo presente nele seja minuciosamente trabalhado para ser grandioso, indo desde as mínimas cenas até os grandes cenários contracenados com os os vermes.

Há inúmeros pontos a ressaltar sobre esse filme, porém, o que o torna tão grandioso é fato dele se superar a cada detalhe nos conduzindo por um universo que embora pareça semi-árido e sem vida ele nos surpreende com a vida nos seus maiores ápices, seja na autodescoberta, na manipulação ou até mesmo na ganância por conquista. Sendo sincero, eu acredito que o filme tenha um potencial tremendo para receber indicações das mais diversas categorias pois esse filme é ao meu ver uma obra de arte, que só me deixa com ainda mais expectativas para sua futura continuação.