Anora é mais do que seu tom caótico e cômico pode sugerir à primeira vista. Debaixo de luzes neon, ritmo acelerado e situações absurdas, o filme esconde uma narrativa densa sobre trabalho, exploração e humanidade — tudo apresentado com uma naturalidade que permite múltiplas leituras, mesmo que não sejam a intenção direta do diretor.
Há uma leitura potente do filme como uma crítica à lógica da transação que rege a sobrevivência dos marginalizados. Baker apresenta personagens que, de formas diferentes,…