como cinebiografia, especialmente para quem não é muito conhecedor da vida de Ney, decepciona um pouco na medida que há pouco aprofundamento na carreira.

mas como uma obra de homenagem é excelente. Ney é uma disparidade, um acontecimento único, um ser imparável. o filme tem um equilíbrio entre vida pessoal e carreira (o que pode acabar frustrando alguns), porque não se aprofunda muito em nenhum dos dois. contudo, de qualquer forma, seria dificílimo, para não dizer impossível.

isso porque Ney é tão complexo, dono de uma personalidade tão autêntica e presente que obra nenhuma jamais conseguiria ser tão fidedigna quanto sua própria presença.

jesuita está absurdamente estrondoso. as cenas de apresentação são assustadoramente semelhantes, como se ele tivesse sido encorporado.

uma coisa que me chamou muito atenção também foram as cenas de sexo que são belíssimas, poéticas, sensuais, tudo na medida certa. o namorado da manu gavassi (e modelo favorito das lojas renner kkk) está ótimo como cazuza. tem tudo para encarreirar.

repetindo, Ney é um acontecimento. uma voz importante, corajosa e relevante no nosso meio. que bom que ainda está vivo, podendo testemunhar essa homenagem, se rebelando contra todas as estatísticas e frustrando expectativas de quem enxergava no corpo lgbt a morte como único caminho possível.