A experiência visual em "Duna: Parte 2" é simplesmente deslumbrante. Os wallpapers são lindos, as paisagens de Arrakis são tão envolventes que você se sente imerso naquele deserto alienígena, cheio de mistério e beleza. A trilha sonora é outro ponto que não posso deixar de mencionar, a orquestra magnífica de Hans Zimmer eleva o filme a outro patamar, intensificando cada cena, cada emoção.

As cenas de ação e as lutas são espetaculares, bem coreografadas e executadas. Tudo isso contribui para fazer deste um bom filme. No entanto, há algo na narrativa que simplesmente não me pegou totalmente. Assim como no primeiro filme, este também acaba sendo uma preparação para o próximo. Isso me frustra. Qual é a dificuldade de deixar algumas coisas abertas, mas ainda assim entregar um encerramento satisfatório?

O maior problema do primeiro filme foi exatamente essa sensação de preparação, e aqui, apesar de todo o arco épico do último ato, o final me deixou decepcionado. É um final "pau mole", que mais uma vez nos prepara para a próxima parte. Não é difícil amarrar as pontas e ainda deixar coisas abertas, sem dar a impressão de que o filme simplesmente acabou de repente. Eu não me importo mais com a duração do filme, nem vi o tempo ar, mas esse tipo de final, claramente projetado para nos deixar esperando pela sequência, me irrita.

Mesmo que tivessem encerrado tudo agora, sem perspectiva para um terceiro filme, e depois anunciassem uma continuação, as pessoas ainda iriam assistir. O problema é que isso cria expectativas, e quando finalmente chegarmos à conclusão oficial, há um risco real de que não seja satisfatória.

"Duna: Parte 2" é um filme melhor do que o primeiro em muitos aspectos. Em tudo, na verdade, ele é superior. Mas, como já disse, a narrativa não me empolga 100%. E essa falta de coragem para encerrar as partes, mesmo sabendo que haverá uma sequência, realmente me incomoda. Entendo quem vê o "cinema 2" criado aqui e considera um épico digno, sem dúvida o é, mas para mim, no final das contas, é apenas um bom filme.

É o Lisan Al Gaib, não tem jeito.