4v291o

Imagine que um homem só é bom se fizer um juramento de cada vez. Eu levei o meu para os Estados Confederados da América.

Fazia tempo que eu não chorava de alegria vendo o final de um filme. A combinação de lágrimas e um sorriso enorme é algo especial demais, e único demais depois de assistir uma obra-prima do cinema como essa.

Após um ataque indígena que mata sua família e sequestra sua sobrinha, o veterano de guerra Ethan Edwards (interpretado pelo incrível John Wayne) embarca numa longa e obsessiva jornada de anos pelo deserto para resgatá-la. Com seu jovem sobrinho adotivo ao lado, ele enfrenta não apenas perigos físicos, mas também seus próprios preconceitos e conflitos pessoais.

O protagonista, Ethan Edwards, é um homem movido tanto por amor quanto por ódio, principalmente em relação aos nativos americanos - uma representação mais fria do "herói" do Velho Oeste. Ele é um homem corajoso e determinado, mas também extremamente preconceituoso e vingativo. Sua busca obsessiva pela sobrinha sequestrada (Debbie) é heróica e perturbadora simultaneamente, o que deixa o telespectador curioso e nervoso se perguntando como ele vai lidar com essa situação no final. A atuação do John Wayne é impecável, transforma o personagem em uma pessoa fascinante de assistir em tela.

Rastros de Ódio é um faroeste muito mais reflexivo e crítico do que heróico, aborda os mitos dos fundadores dos EUA de maneira crítica e realista, especialmente no tratamento dos indígenas e na idealização da conquista do território. A narrativa de Rastros de Ódio é lenta e pensativa, cheia de imagens simbólicas e declínios temporais que geram uma experiência dramática, mesmo sendo um faroeste de ação e aventura. Racismo, vingança, obsessão e luta pelo o que é seu são muito bem abordados na trama. A composição visual do John Ford é sinônimo de perfeição cinematográfica, cheia de cenas icônicas que fazem a trama parecer solitária, pegando a imensidão do ambiente e a dureza da fronteira americana.

Rastros de Ódio é lindo, moralmente frio e impactante - um faroeste que transcende o gênero para refletir sobre obsessão, conhecimento próprio e os limites da civilização. Um dos melhores faroestes de todos os tempos.

Nota: 10/10

-

Figure a man's only good for one oath at a time; I took mine to the Confederate States of America.

It's been a while since I cried tears of joy at the end of a movie. The combination of tears and a huge smile is something very special, and very unique after watching a cinematic masterpiece like this.

After an attack by Native Americans kills his family and kidnaps his niece, war veteran Ethan Edwards (played by the incredible John Wayne) embarks on a long and obsessive journey that lasts for years through the desert to rescue her. With his young adopted nephew at his side, he faces not only physical dangers, but also his own prejudices and personal conflicts.

The protagonist, Ethan Edwards, is a man driven by both love and hate, especially towards Native Americans - a colder representation of the "hero" of the Old West. He is a brave and determined man, but also extremely prejudiced and vengeful. His obsessive search for his kidnapped niece (Debbie) is simultaneously heroic and disturbing, which leaves the viewer curious and nervous, wondering how he will deal with this situation in the end. John Wayne's performance is impeccable, transforming the character into a fascinating person to watch on screen.

The Searchers is a much more reflective and critical western than heroic, addressing the myths of the founding fathers of the United States in a critical and realistic way, especially in the treatment of indigenous people and the idealization of the conquest of the territory. The narrative of The Searchers is slow and thoughtful, full of symbolic images and temporal declines that generate a dramatic experience, even though it is an action-adventure western. Racism, revenge, obsession and the fight for what is yours are very well addressed in the plot. John Ford's visual composition is synonymous with cinematic perfection, full of iconic scenes that make the plot seem lonely, catching the immensity of the environment and the harshness of the American frontier.

The Searchers is beautiful, morally cold and impactful - a Western that transcends genre to reflect on obsession, self-knowledge and the limits of civilization. One of the best Westerns of all time.

Rating: 10/10

Que porra é essa?

É uma vagina.

Sai da porra do meu carro.

Shot on iPhone.

Sean Baker filmou Tangerina inteiramente com iPhones, utilizando lentes anamórficas e aplicativos específicos. E é exatamente isso que Tangerina faz: provar que um longa-metragem de excelente qualidade pode ser feito com tecnologia ível. Apesar de ser filmado com celulares, o filme conta com uma estética vibrante, cores saturadas e uma energia visual que aumenta a atmosfera caótica e quente de Los Angeles, principalmente nos bairros menos retratados pelo cinema mainstream. Inspirador demais, né cineastas independentes?

A trama do filme é simples - uma garota de programa trans descobre que seu namorado a traiu - mas também é muito bem aproveitada com seu ritmo, humor ácido, emoção e realismo. A combinação de humor, drama e tensão deixa o público engajado na tela. O filme aborda questões sociais relevantes, como marginalização, violência e amizade, sem se perder em um tom "educativo" ou sensacionalista - uma abordagem muito natural e respeitosa.

A representação de pessoas trans e trabalhadoras do sexo é muito honesta e humana, com as atrizes protagonistas Kitana Kiki Rodriguez e Mya Taylor - ambas mulheres trans negras - entregando atuações muito naturais e impactantes. O filme evita estereótipos e apresenta personagens muito bem desenvolvidas em tela, sem forçar nada. Uma narrativa feita com e sobre minorias, com veracidade.

Com um orçamento mínimo, Sean Baker conseguiu me conquistar muito bem com Tangerina. Um filme muito importante e inspirador para futuros cineastas independentes.

Nota: 9/10


-

What the fuck is this?

It's a pussy.

Get the fuck out of my car.

Shot on iPhone.

Sean Baker filmed Tangerine entirely with iPhones, using anamorphic lenses and specific apps. And that's exactly what Tangerine does: prove that a high-quality feature film can be made with accessible technology. Despite being filmed with smartphones, the film has a vibrant aesthetic, saturated colors and a visual energy that enhances the chaotic and hot atmosphere of Los Angeles, especially in the neighborhoods less portrayed by mainstream cinema. Very inspiring, right, independent filmmakers?

The plot of the film is simple - a trans call girl discovers that her boyfriend has cheated on her - but it is also very well used with its rhythm, dark humor, emotion and realism. The combination of humor, drama and tension keeps the audience engaged with the screen. The film addresses relevant social issues, such as marginalization, violence and friendship, without getting lost in an "educational" or sensationalist tone - a very natural and respectful approach.

The portrayal of trans people and sex workers is very honest and human, with the lead actresses Kitana Kiki Rodriguez and Mya Taylor - both black trans women - delivering very natural and impactful performances. The film avoids stereotypes and presents very well-developed characters on screen, without forcing anything. A narrative made with and about minorities, with truthfulness.

With a minimal budget, Sean Baker managed to win me over very well with Tangerine. A very important and inspiring film for future independent filmmakers.

Rating: 9/10

Uma última coisa que preciso fazer... e então estarei livre do ado.

Talvez meu medo de altura tenha aumentado depois de assistir Um Corpo que Caí, mas meu medo de pessoas que não gostam desse filme é muito maior.

Um detetive aposentado, John "Scottie" Ferguson, sofre de acrofobia (medo de alturas) e é contratado para seguir Madeleine, a esposa de um amigo, que parece estar possuída pelo espírito de uma ancestral. Ao se apaixonar por ela, Scottie se envolve em uma trama de engano, tragédia e obsessão, o que leva ele a enfrentar seus próprios medos e ilusões.

Como citado na sinopse: o filme explora obsessão, identidade e manipulação emocional de forma profundamente perturbadora e fascinante. O protagonista Scottie (James Stewart) é um personagem moralmente ambíguo e psicologicamente frágil, um dos personagens mais bem explorados do cinema clássico. A atuação do James Stewart é impecável e deixa o personagem muito mais complexo, além da Kim Novak ser uma excelente atriz no papel de Madeleine também.

A estrutura narrativa do filme é muito valente, rompe com a estrutura clássica ao revelar, na metade do filme, o mistério central - fazendo com que o foco mude da investigação para a obsessão doentia do protagonista; algo arriscado que acabou sendo algo genial. Hitchcock tinha uma direção insana de tão poderosa e impecável, o mise-en-scène empregado em Um Corpo que Caí expressa a psicologia do personagem, usando a câmera de forma íntima e criando atmosferas de suspense, erotismo e estranhamento. Hitchcock atinge o auge da direção formalmente caprichada de forma impressionante. O movimento simultâneo de dolly e zoom para criar a sensação visual de vertigem e reformar o medo e fragilidade do protagonista é um dos efeitos mais imitados do cinema, originado nesse filme. A fotografia cheia de cores vibrantes e estruturas geométricas cria uma atmosfera visual nível sonho ou pesadelo, uma das coisas mais iráveis do filme. A trilha-sonora é extremamente expressiva e sublime, intensificando a tensão romântica e melancólica da narrativa, que por si só já é perfeita.

Riqueza simbólica, profundidade psicológica, trama intrigante, inovação técnica e beleza sintética são minhas palavras para descrever Um Corpo que Caí. Um dos melhores filmes da história do cinema, um dos filmes mais inovadores do cinema, e um dos filmes mais copiados/inspiradores do cinema. A direção do Hitchcock é um exemplo a ser seguido, e esse filme é um exemplo da grandiosidade geral do cinema.

Nota: 10/10

-

One final thing I have to do... and then I'll be free of the past.

Maybe my fear of heights increased after watching Vertigo, but my fear of people who don't like this movie is much greater.

A retired detective, John "Scottie" Ferguson, suffers from acrophobia (fear of heights) and is hired to follow Madeleine, the wife of a friend, who seems to be possessed by the spirit of an ancestor. When he falls in love with her, Scottie becomes involved in a plot of deception, tragedy and obsession, which leads him to face his own fears and illusions.

As mentioned in the synopsis: the film explores obsession, identity and emotional manipulation in a deeply disturbing and fascinating way. The protagonist Scottie (James Stewart) is a morally ambiguous and psychologically fragile character, one of the best explored characters in classic cinema. James Stewart's performance is impeccable and makes the character much more complex, in addition to Kim Novak being an excellent actress in the role of Madeleine as well.

The film's narrative structure is very brave, breaking with the classic structure by revealing the central mystery halfway through the film - causing the focus to shift from the investigation to the protagonist's unhealthy obsession; something risky that ended up being something brilliant. Hitchcock's direction was insanely powerful and impeccable; the mise-en-scène used in Vertigo expresses the character's psychology, using the camera in an intimate way and creating atmospheres of suspense, eroticism and strangeness. Hitchcock reaches the peak of formally meticulous direction in an impressive way. The simultaneous movement of dolly and zoom to create the visual sensation of vertigo and to recreate the protagonist's fear and fragility is one of the most imitated effects in cinema, originating in this film. The photography full of vibrant colors and geometric structures creates a visual atmosphere at the level of a dream or nightmare, one of the most irable things about the film. The soundtrack is extremely expressive and sublime, intensifying the romantic and melancholic tension of the narrative, which in itself is already perfect.

Symbolic richness, psychological depth, intriguing plot, technical innovation and synthetic beauty are my words to describe Vertigo. One of the best films in the history of cinema, one of the most innovative films in cinema, and one of the most copied/inspiring films in cinema. Hitchcock's direction is an example to be followed, and this film is an example of the general greatness of cinema.

Rating: 10/10

Essa era uma história de origem o tempo todo.

Após o sucesso de Fragmentado e a chocante revelação de que fazia parte do mesmo universo de Corpo Fechado, todos nós esperávamos um confronto épico na tela em Vidro. A trama de Vidro mexeu com as emoções e expectativas do público: Sr. Vidro manipulando os jogos de gato e rato do Homem Inquebrável com a Fera é uma ideia genial demais.

Esse é o principal motivo de Vidro ser um filme que divide opiniões, pois desordena essas expectativas e entrega um desfecho de trilogia muito mais pessoal e anticlimático. Para mim, Vidro foi uma desconstrução de gênero genial, uma subversão inteligente dos clichês de super-heróis que coloca em primeiro plano uma abordagem mais realista e psicológica, bem fora do padrão Marvel/DC. A direção do Shyamalan é esteticamente muito detalhista em focar no desenvolvimento psicológico dos personagens, em um ritmo lento que é muito mais construído por diálogos longos e poucas cenas de ação, ao contrário do clímax grandioso típico de filmes de super-heróis. Um dos poucos probleminhas que eu vi nos diálogos é que alguns acabam sendo explicativos demais, onde os personagens indiretamente explicam as metáforas e motivações de forma que tira a sutileza que Corpo Fechado e Fragmentado entregavam; fora isso, quase todos funcionam e são importantes para a trama dos três protagonistas. Como é um filme do Shyamalan, espere reviravoltas malucas e surpreendentes; algumas são óbvias desde o início (exemplo: NÃO ME DIGA QUE ELES TEM SUPERPODERES... Alerta de SARCASMO), mas em grande maioria são excelentes e deixam o filme muito intrigante. O desfecho do filme é bem inesperado e anticlimático em um bom sentido, a forma que o filme fecha a história dos personagens centrais divide opiniões, mas eu achei o final muito interessante e realista para a trama. As atuações do Bruce Willis, Samuel L. Jackson e James McAvoy estão no mesmo nível dos anteriores, ou seja: maravilhosas, sem comentários.

Resumidamente: mesmo que Vidro seja o "mais fraco" da trilogia, não deixa de ser um grande filme muito acima da média que fornece um desenvolvimento completo e compreensível. Definitivamente não é para todo mundo, mas foi um filme que eu adorei. A direção do Shyamalan é incrível na trilogia toda.

Nota: 8/10

-

This was an origin story the whole time.

After the success of Split and the shocking revelation that it was part of the same universe as Unbreakable, we were all expecting an epic showdown on screen in Glass. The plot of Glass played with the audience's emotions and expectations: Mr. Glass manipulating the Unbreakable Man's cat-and-mouse games with the Beast is a brilliant idea.

This is the main reason why Glass is a film that divides opinions, because it upsets these expectations and delivers a much more personal and anticlimactic ending to the trilogy. For me, Glass was a brilliant genre deconstruction, an intelligent subversion of superhero clichés that puts a more realistic and psychological approach to the forefront, far outside the Marvel/DC standard. Shyamalan's direction is aesthetically very detailed in focusing on the psychological development of the characters, in a slow pace that is much more built by long dialogues and few action scenes, unlike the grand climax typical of superhero films. One of the few minor issues I saw in the dialogues is that some of them end up being too explanatory, where the characters indirectly explain the metaphors and motivations in a way that takes away the subtlety that Unbreakable and Split delivered; other than that, almost all of them work and are important to the plot of the three protagonists. Since it's a Shyamalan film, expect crazy and surprising twists; some are obvious from the beginning (example: NAH, DON'T TELL ME THEY HAVE SUPERPOWERS... SARCASM Alert), but the vast majority are excellent and make the film very intriguing. The ending of the film is quite unexpected and anticlimactic in a good way, the way the film ends the story of the central characters divides opinions, but I found the ending very interesting and realistic for the plot. The performances of Bruce Willis, Samuel L. Jackson and James McAvoy are on the same level as the previous ones, in other words: wonderful, no comments.

In short: even though Glass is the "weakest" of the trilogy, it is still a great film that is well above average and provides a complete and understandable development. It is definitely not for everyone, but it was a film that I liked very much. Shyamalan's direction is incredible throughout the trilogy.

Rating: 8/10

Você gosta de tirar sarro da gente, mas somos mais poderosos do que você pensa.

Esse título não é à toa, minha mente ficou fragmentada depois de assistir Fragmentado, que filmão maluco. A atuação do James McAvoy em cada personalidade do personagem é maravilhosa, a trama é muito envolvente e a direção do Shyamalan brincou demais com meus sentimentos.
Não vou me estender mais do que isso, todas minhas personalidades adoraram o filme...

Nota: 8,5/10

-

You like to make fun of us, but we are more powerful than you think.

This title is no coincidence, my mind was split after watching Split, what a great crazy movie. James McAvoy's performance in each character's personality is wonderful, the plot is very engaging and Shyamalan's direction played a lot with my feelings.
I won't go on any longer than that, all my personalities loved the movie...

Rating: 8.5/10

Simplesmente Keaton em sua melhor forma. Obra-prima do cinema mudo que mistura comédia, guerra, romance e aventura em um enredo impressionante para 1926. As sequência de ação (especialmente nas perseguições com trens) serem feitas com efeitos práticos reais, sem cortes e sem truques de câmera são dignas de todos os aplausos, totalmente impecável.

Nota: 10/10

-

Simply Keaton at his best. A silent film masterpiece that mixes comedy, war, romance and adventure in an impressive plot for 1926. The action sequences (especially the train chases) are made with real practical effects, without cuts and without camera tricks, and are worthy of all the applause, totally impeccable.

Rating: 10/10

Existe algum país especial para onde você gostaria de ir?

Wyoming.

Sal, Wyoming não é um país.

Michael Corleone bissexual e Fredo do Poderoso Chefão roubando um banco? Sinceramente, se o Al Pacino dos anos 1970 fosse roubar meu banco, eu deixava e nem chamaria a polícia.

Um Dia de Cão é provavelmente o filme de assalto a banco mais humanizado que eu já assisti, além de sua profundidade psicológica e social forte.

O filme é inspirado em um roubo real, ocorrido em 1972 no Brooklyn. A reviravolta desse roubo: o protagonista assalta o banco para pagar a cirurgia de mudança de sexo de seu parceiro (de homem para mulher), algo que pega o telespectador muito de surpresa, humaniza a história e gera um progressismo bem inesperado na trama. Ao contrário de filmes que indiretamente estilizam ou vibram com o crime na tela, Um Dia de Cão é bem anticlímax, pois mostra o caos, a falta de preparo, os erros humanos e os dilemas éticos dos assaltantes. O foco é muito mais psicológico e social do que criminoso, contando com diversos comentários sociais poderosos e relevantes: identidade de gênero e sexualidade (de forma inédita para a época), desigualdade social, críticas ao sensacionalismo da mídia e desconfiança na polícia e no sistema.

A direção do Sidney Lumet (12 Homens e uma Sentença, Serpico) é tão realista que quase transforma o filme em um documentário, porque é um daqueles filmes que se am em um único lugar, filmado com câmera de mão, tem um ritmo intenso, localizações reais e cria um senso direto ao ponto e autêntico. Além do final do filme ser muito realista e fora do padrão Hollywoodiano.

O roteiro é cheio de emoção e tensão, mas também tem momentos inesperados de humor e afeto, com diálogos que soam reais e vivos. A atuação do Al Pacino como Sonny Wortzik - um homem desesperado, caótico e muito carismático - é uma das mais intensas e emocionalmente vibrantes da sua carreira. O grito "ATTICA!" (referência ao massacre da prisão de Attica) do personagem virou símbolo de resistência e crítica ao sistema.

Acima de tudo, Um Dia de Cão é mais uma obra-prima impecável do grandioso Sidney Lumet. É mais um dos filmes que facilmente entram na minha lista de favoritos. Um thriller muito humano, político e emotivo, carregado de atuações memoráveis e direção comprometida com a realidade social.

Nota: 10/10

-

Is there any special country you wanna go to?

Wyoming.

Sal, Wyoming's not a country.

Bisexual Michael Corleone and Fredo from The Godfather robbing a bank? Honestly, if Al Pacino from the 1970s were to rob my bank, I would let him and not even call the police.

Dog Day Afternoon is probably the most humanized bank robbery movie I have ever seen, in addition to its strong psychological and social depth.

The film is inspired by a real robbery that took place in 1972 in Brooklyn. The twist in this robbery: the protagonist robs the bank to pay for his partner's sex change surgery (from male to female), something that takes the viewer by surprise, humanizes the story and generates a very unexpected progressiveness in the plot. Unlike movies that indirectly stylize or revel in the crime on screen, Dog Day Afternoon is quite anticlimactic, as it shows the chaos, lack of preparation, human errors and ethical dilemmas of the robbers. The focus is much more psychological and social than criminal, with several powerful and relevant social commentaries: gender identity and sexuality (unprecedented for the time), social inequality, criticism of media sensationalism and distrust of the police and the system.

The direction by Sidney Lumet (12 Angry Men, Serpico) is so realistic that it almost turns the film into a documentary, because it is one of those films that takes place in a single place, filmed with a handheld camera, has an intense pace, real locations and creates a direct and authentic sense. In addition, the ending of the film is very realistic and outside the Hollywood standard.
The script is full of emotion and tension, but also has unexpected moments of humor and affection, with dialogues that sound real and alive. Al Pacino's performance as Sonny Wortzik - a desperate, chaotic and very charismatic man - is one of the most intense and emotionally vibrant of his career. The cry "ATTICA!" (a reference to the Attica prison massacre) of the character became a symbol of resistance and criticism of the system.

Above all, Dog Day Afternoon is another impeccable masterpiece by the great Sidney Lumet. It is another of the films that easily makes it onto my list of favorites. A very human, political and emotional thriller, full of memorable performances and direction committed to social reality.

Rating: 10/10

Sinceramente, gostei mais do que esperava. É um filme simples de comédia/aventura baseado em Minecraft, cheio de clima de broderagem do Jason Momoa com o Jack Black (esse NÃO é o Steve 😭) e com uma trama bem simples envolvendo os outros personagens principais. O que importa é que é um filme muito divertido, cheio de referências legais ao jogo e me fez rir em várias partes. A homenagem ao Technoblade foi excelente também.

Agora, quero ver uma sequência com o Herobrine, Wither, Ender Dragon, a Alex e o romance da mãe do Stifler com o Aldeão.

Nota: 6,5/10

-

Honestly, I liked it more than I expected. It's a simple comedy/adventure movie based on Minecraft, full of Jason Momoa's bromance with Jack Black (this is NOT Steve 😭) and with a very simple plot involving the other main characters. What matters is that it's a very fun movie, full of cool references to the game and it made me laugh at several points. The homage to Technoblade was excellent too.

Now, I want to see a sequel with Herobrine, Wither, Ender Dragon, Alex and the romance between Stifler's mother and the Villager.

Rating: 6.5/10

A esse ponto, todos nós já aceitamos que só vemos os filmes da franquia Premonição pelas mortes legais, porque desde o 2 e o 3 nós percebemos que essa franquia virou um CTRL C + CTRL V do primeiro filme (principalmente em roteiro, direção, trama... quase tudo é igual), mas as mortes continuam legais, imprevisíveis e impactantes. Mas Premonição 4 além de reciclar muito a fórmula da franquia, também pega quase todos os erros que fazem Premonição 2 e 3 serem inferiores ao primeiro (mesmo que eles continuem sendo filmes muito bons) e cria muito mais erros absurdos.

O filme é gravado em 3D, a trama é a de sempre: um grupo de amigos, uma premonição, um surto, desastres, mortes exageradas e os principais ficam vivos pra morrer no final - os minutos iniciais do filme até que são legalzinhos e dignos da franquia. Porém, o maior problema nas mortes é que além de serem previsíveis, elas tem o peso de uma folha. Premonição é de fato conhecido por ter mortes exageradas, humanamente impossíveis e impactantes, mas as mortes aqui são muito genéricas, nada chocantes, a única morte que dá pra considerar minimamente memorável é a do caipira racista e olhe lá (mas tenho que dar um crédito pra essa cena, tocar Why Can't We Be Friends na morte de um caipira racista foi algo genial pra caralho, provavelmente a coisa mais criativa do filme). O CGI do filme é muito tosco, uma das mortes é praticamente copiada de um filme anterior (fazendo esse ser o menos original e nada criativo da franquia toda), e eu seriamente torci pelos personagens principais morrerem. Alguns por si só já tem personalidade fáceis de odiar, mas todos os personagens principais são burros pela força maligna do roteiro ruim e são muito mal atuados. A cena final ser as mortes em raio-x só fez eu me perguntar "quem diabos pensou que isso seria uma boa ideia?", além do fato de que eu falava "ah... ok!" a cada cena de morte do filme.

Realmente, só o 1 e o 5 podem ser considerados originais, porque a franquia toda é uma cópia do primeiro que entretém mas perde o valor do entretenimento no 4. O filme definitivamente foi feito às pressas, porque ele é muito preguiçoso e tem só 1h22min de duração (que pareceram mais longas do que o esperado). Não dá pra gostar.

Nota: 3/10

-

At this point, we've all accepted that we only watch Final Destination movies for the cool deaths, because since 2 and 3 we've noticed that this franchise has become a CTRL C + CTRL V of the first movie (mainly in script, direction, plot... almost everything is the same), but the deaths are still cool, unpredictable and impactful. But The Final Destination, in addition to recycling a lot of the franchise's formula, also takes almost all the mistakes that make Final Destination 2 and 3 inferior to the first (even though they're still very good movies) and creates many more absurd mistakes.

The movie is shot in 3D, the plot is the same as always: a group of friends, a premonition, an outbreak, disasters, exaggerated deaths and the main characters stay alive to die at the end - the first few minutes of the movie are actually pretty cool and worthy of the franchise. However, the biggest problem with the deaths is that in addition to being predictable, they have the weight of a sheet. Final Destination is indeed known for having exaggerated, humanly impossible and shocking deaths, but the deaths here are very generic, not at all shocking, the only death that can be considered minimally memorable is that of the racist redneck, and even then (but I have to give credit to this scene, playing Why Can't We Be Friends on the death of a racist redneck was something really brilliant, probably the most creative thing in the movie). The CGI in the movie is very crude, one of the deaths is practically copied from a previous movie (making this the least original and uncreative of the entire franchise), and I seriously hoped that the main characters would die. Some of the characters already have personalities that are easy to hate, but all the main characters are dumb due to the evil force of the bad script and are very poorly acted. The final scene being the deaths in x-ray only made me wonder "who the hell thought this would be a good idea?", besides the fact that I said "oh... ok!" with every death scene in the movie.

Really, only 1 and 5 can be considered original, because the whole franchise is a copy of the first one that entertains well but loses its entertainment value in 4. The film was definitely made in a hurry, because it is very lazy and is only 1h22min long (which seemed longer than expected). Not enjoyable.

Rating: 3/10

Desculpa, filho. Eu devia ter feito melhor.

4 episódios, 4 plano-sequência inteiros e 4 pontos de vista diferentes: Adolescência é uma minissérie impecável.
A minissérie conta a história de Jamie Miller, um garoto de 13 anos preso por ass uma colega de escola. A trama aborda temas modernos como a cultura "incel", bullying, cyberbullying, influência de discursos misóginos na internet e o impacto das redes sociais na formação de jovens. Também aborda muito o fundo do poço da geração e a dificuldade de comunicação entre pais e filhos na era digital, sendo essa uma minissérie atual muito impactante e necessária.
A técnica do plano-sequência onde cada episódio é gravado em um único take contínuo é perfeita, deixando a série muito mais imersiva, tensa, realista e difícil de parar de assistir. As atuações dos atores também são perfeitas, Owen Cooper é um jovem ator estreante impecável no papel de Jamie, junto com o Stephen Graham, que é o co-criador da série e vive o pai do protagonista. O roteiro é sensível e profundo, trata de temas modernos complicados que não são óbvios mas muito reflexivos. Cria debates muito importantes sobre os desafios enfrentados pelos adolescentes na sociedade atual, especialmente no que diz respeito à exposição a conteúdos prejudiciais online e à necessidade de diálogo entre pais e filhos. O que eu mais gostei dos episódios é que cada um tem um ponto de vista diferente daquela situação toda: no primeiro episódio vemos o ponto de vista da polícia, no segundo vemos o ponto de vista da escola, no terceiro vemos o da psicóloga, e no último vemos o dos pais. O episódio final é de partir o coração.
Uma obra tecnicamente impecável, conta com atuações realistas e naturais, e uma abordagem corajosa de temas urgentes. Uma das produções mais relevantes e impactantes da televisão atual.
Nota: 10/10

Esqueça, Jake. É Chinatown.

Parece que mais um filmaço acaba de entrar na minha lista de filmes mais bem dirigidos e perfeccionistas que eu já assisti, contando com um dos roteiros originais mais impecáveis já escritos... Sem comentários, uma verdadeira obra-prima.
Chinatown é um filme de mistério e noir muito delicado, sombrio e modernizado. Um filme complexo que conta com corrupção, ganância e tragédia familiar de forma chique e arrumadinha.
Ambientado em Los Angeles na década de 1930, a trama segue J.J. Gittes (Jack Nicholson), um detetive particular especializado em casos matrimoniais. Ele é contratado por uma mulher que acredita que seu marido, Hollis Mulwray, engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia, está tendo um caso. No entanto, logo após descobrir que a mulher era uma farsante, Mulwray é encontrado morto, e Gittes se vê envolvido em uma situação complicada que envolve a corrupção e o poder na cidade, principalmente envolvendo o sogro de Mulwray, Noah Cross (John Huston).
Sinopse grande né? Pois é, esse filme é de fato grandioso. Aborda temas pesados como abuso, corrupção institucional e manipulação de recursos naturais (inspirado no escândalo real da água em Los Angeles), tudo isso de forma imprevisível e com muita maturidade. Tudo no filme é perfeito, o roteiro me fez questionar se o escritor escreveu ele com uma mão ou se ele era ambidestro, porque é impossível o cara ter simplesmente metido o louco e ter pensado "tanto faz, vou escrever um dos melhores roteiros originais da história do cinema cheio de imprevisibilidade" do nada. Todo elenco é perfeito, e a atuação do Jack Nicholson aqui é uma das melhores da carreira toda dele. A direção do Polanski é perfeccionista em tudo, direcionando o suspense e a atmosfera para todos os cantos. A fotografia, os figurinos e a trilha-sonora são esteticamente impecáveis também. E o final do filme foi a coisa mais imprevisível e bem estruturada possível, totalmente trágico, devastador, realista, frio, injusto e de botar a mão na cabeça. Quando o filme acabou eu não sabia descrever o que achei do final, mas sabia totalmente que mais um filme entrava pra minha lista de favoritos de todos os tempos. Absolutamente impecável.
Nota: 10/10

Os filmes do Mojica são uma verdadeira aula de como fazer um ótimo filme de terror sádico, muito a frente de seu tempo e influente até hoje. O caso desse filme me lembrou um pouco Halloween III: tem Zé do Caixão no título, o Zé do Caixão aparece de fato por alguns minutos, mas o filme é uma antologia sem o Zé do Caixão como protagonista. O Mojica é o protagonista da parte final do filme, ele não interpreta o Zé do Caixão mas cria outro personagem icônico pela sua grande atuação. É um filme muito bom com histórias separadas bem interessantes, cheio de quebras de tabu que devem ter chocado muito na época. Definitivamente não é melhor que os anteriores do Zé do Caixão e é o mais lento, mas não deixa de ter seu charme e ser um filme de terror muito interessante.
Nota: 7,5/10

Não preciso acreditar em você. Não ligo se você é inocente. Sou sua mãe, seu pai, seu padre.

As Duas Faces de um Crime parece um filme de tribunal simples, mas vai muito além disso. Eu ia escrever como esse filme aborda como o tribunal de justiça dos EUA é imperfeito e como pessoas já se safaram de um caso por manipulações fáceis, mas é muito difícil falar sobre isso sem spoilers. O que eu posso dizer: a atuação do Edward Norton transforma ele num puta maníaco com carinha de bebê, tem reviravolta maluca atrás de outra, e a reviravolta final foi tão imprevisível que pareceu um dedo do meio na minha cara com alguém gritando pra mim que eu fui ENGANADO EM OUTRA REVIRAVOLTA... Que filmaço, merece mais reconhecimento.
Nota: 9/10

É a isso que fomos reduzidos? A votar na opção menos pior?

Conclave é aquele filme lento que consegue prender muito a atenção do telespectador.
A trama acompanha o Cardeal Thomas Lawrence (interpretado pelo Ralph Fiennes), que é encarregado de supervisionar o conclave após a morte do papa. Durante esse processo, Lawrence descobre segredos e escândalos envolvendo os principais candidatos ao papado, o que ameaça perturbar as estruturas da Igreja. Uma trama que destaca as disputas entre as divisões progressistas e conservadoras e toca em debates atuais relevantes, principalmente sobre o futuro da instituição religiosa e muito mais. Um excelente filme, parece que é duas horas de "padres fofocando" mas abre várias discussões, conta com um elenco de peso, montagem, fotografia linda, trilha-sonora bem encaixada, direção de arte ótima, figurinos e uma reviravolta final que me pegou muito bem de surpresa. Gostei demais.
Descanse em paz, Papa Franscisco. 🖤
Nota: 8,5/10

Quando menos esperamos, a natureza tem maneiras astutas de encontrar nosso ponto mais fraco.

Belíssimo, emocionalmente sensível e estético. Me Chame Pelo Seu Nome é um um retrato bem sensível do amor e do desejo, mostra de forma delicada, íntima e universal o despertar do amor entre Elio (Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer), de uma forma que evita estereótipos e sentimentalismo fácil. Apesar de ser uma história queer, o filme aborda muito bem várias experiências humanas divisíveis: amor não correspondido, fragilidade do tempo, auto-descobrimento e amadurecimento. O roteiro é perfeito, conta com inteligência, sensualidade e melancólica linda. A atuação do Chalamet é digna de todos aplausos possíveis, pois é muito natural, sútil, dolorosa, realista e emocionalmente crua durante toda a transformação e desenvolvimento do Elio. A direção do Luca Guadagnino é poética, num ritmo calmo e sensual. Conta com vários silêncios ensurdecedores, olhares e ambientação da época perfeita. A fotografia é linda no máximo, a beleza da Itália rural dos anos 1980 conta com luzes naturais e cores quentes de forma muito elegante. A trilha-sonora é memorável demais também, conta com várias músicas dos anos 1980 e outras músicas cultas. E os créditos finais do Elio olhando para a lareira em silêncio é devastador. Um filme incrível que merece ser visto.
Nota: 9/10

Eu, uh, traí minha esposa. Eu me traí. Eu matei homens e ordenei que homens fossem mortos. Não, isso é inútil. Eu matei... Eu ordenei a morte do meu irmão; ele me machucou. Eu matei o filho da minha mãe... Eu matei o filho do meu pai...

O Poderoso Chefão 3 é o encerramento de uma trilogia épica e lendária, mas também é o mais polêmico por dividir muitas opiniões, sendo aclamado por alguns aspectos e criticado por outros.
O filme tem uma visão sombria e um peso emocional forte, explora temas trágicos e maduros como culpa, redenção e o colapso moral do Don Michael Corleone, que agora está envelhecendo e busca a legalidade dos interesses da família em Nova York e na Itália antes de morrer, com ajuda do seu sobrinho Vincent Mancini.
A direção de arte, fotografia e trilha-sonora mantêm o mesmo padrão alto e perfeito da série, não tem muito o que falar. As atuações são a parte mais polêmica do filme - Andy Garcia, Eli Wallach e Joe Mantegna atuam muito bem aqui além do Al Pacino (que é um ator perfeito na trilogia inteira), mas a atuação da Sofia Coppola é realmente muito amadora, sem emoção e fraca (tanto que ela recebeu um Framboesa de Ouro de pior atriz pela atuação), algo que tira um pouco do peso emocional do filme. E outra coisa bizarra desse filme que não dá pra ignorar é aquele romance incestuoso entre os primos... Quem pensou que isso seria uma boa ideia?
É praticamente inevitável não comparar o primeiro e o segundo Poderoso Chefão com o terceiro, porque apesar do terceiro filme continuar sendo muito bom na minha opinião, ele não chega nem aos pés das obras-primas absolutas que são o primeiro e o segundo. A trama também é muito mais diferente e com tonalidade muito mais distante do crime familiar das partes 1 e 2, mas não deixa de ser uma trama muito bem construída na minha opinião. Eu acho a trama da conspiração do Vaticano com a banca financeira bem construída e elaborada, diferente de muitos que consideraram ela meio confusa. No geral: O Poderoso Chefão 3 é um grande filme e um ótimo fechamento da trilogia, mas não chega nem aos pés dos primeiros filmes.
Eu assisti hoje a versão lançada em 2021 (eu já tinha assistido a versão original de 1990 em 2021, mas não tinha visto essa nova versão ainda), a versão Coda. Eu realmente gostei bem mais dessa versão do que da original.
Primeiramente: sempre achei muito mais justo considerar O Poderoso Chefão 3 como um epílogo do que como uma terceira parte, e acho o título de O Poderoso Chefão - Desfecho: A Morte de Michael Corleone definitivamente muito mais adequado e perfeito para o filme e a trama. As diferenças entre as duas versões é que a versão Coda começa e termina de forma diferente (deixando a história mais focada), várias cenas foram reordenadas, encurtadas ou removidas (deixando o fluxo narrativo mais direto e equilibrado), e algumas melhorias técnicas pequenas foram feitas (correções de cor, som e montagem). Ainda acho que a cena final do Michael Corleone na versão original é melhor (segundos a menos naquela cena fazem diferença), mas ainda achei o final da versão Coda bem interessante, simbólico e parecido com o do 2. Sempre será um final devastador e pensativo.
Nota: 8/10

Eu abandonei meu filho. Nunca vou recuar. Nunca vou recuar. Eu estava perdido, mas agora me encontrei.

Intenso, poderoso, artístico e genial, Sangue Negro é um filmaço dirigido pelo Paul Thomas Anderson. Um filme que aborda a colisão entre capitalismo e religião, vontade e isolamento, de forma filosófica e fascinante que evita a base tradicional de herói ou redenção.
Primeiro de tudo: a atuação do Daniel Day-Lewis como Daniel Plainview é uma das atuações mais tensas e perfeitas que eu já vi. A forma que o ator consegue encarnar no personagem transforma ele em um personagem obsessivo, assustador, trabalhador e motivado, dominando cada cena possível. A direção do Paul Thomas Anderson também é muito bem direcionada e controlada na narrativa, linguagem visual e no ritmo. Uma parábola bem sombria e realista sobre poder, ganância, individualismo e destruição moral muito bem construída do início ao fim. A trilha-sonora do filme foi composta pelo Jonny Greenwood do Radiohead, isso já dispensa comentários. Uma das coisas mais fascinantes é a fotografia, que pega bem as paisagens e o crescimento brutal do petróleo nos EUA de forma belíssima e muito chocante.
E o final do filme é surreal, tenso, bizarro, memorável, trágico e muito absurdo. O clímax do "Eu bebi seu milkshake!" foi um misto de emoções maluco. Uma verdadeira obra-prima impecável dos anos 2000.
Nota: 10/10

Deus é minha testemunha, Deus é minha testemunha de que eles não vão me derrotar. Eu vou sobreviver a isso e, quando tudo acabar, nunca mais sentirei fome. Nem eu, nem ninguém do meu povo. Mesmo se eu tiver que mentir, roubar, trair ou matar. Deus é minha testemunha, nunca mais sentirei fome novamente.

Dizem que é clichê demais considerar E o Vento Levou um dos melhores filmes de todos os tempos, mas francamente minha querida, eu não dou a mínima. É impossível não ficar impressionado com esse épico incrível ter sido lançado em 1939, um símbolo definitivo da Era de Ouro de Hollywood.
A narrativa é baseada no romance de mesmo nome de Margaret Mitchell, apresenta 4 horas de duração que envolve muito drama pessoal, guerra, romance e sobrevivência com uma escala de brilhar os olhos. A cinematografia é rica e impressionante demais para um filme de 1939, pois todos os cenários, figurinos, detalhes, visuais e efeitos especiais (principalmente nas cenas da Guerra Civil e da queima da Atlanta) são perfeitos. A trilha-sonora é tão influente e marcante que a música tema do filme é a mesma que toca quando o Professor Girafales vê a Dona Florinda no Chaves, só esse exemplo já é perfeito. As atuações são iráveis - a atuação da Vivien Leigh como a Scarlett O'Hara faz ela ser uma das protagonistas mais bem construídas do cinema clássico, sendo ela uma pessoa determinada, manipuladora e carismática. Clark Gable como Rhett Butler também é outro ícone. Fora que a atuação da atriz Hattie McDaniel fez ela ser a primeira atriz negra a ganhar um Oscar, um outro marco grandioso.
Um fato curioso e pessoal sobre esse filme é que minha mãe sempre quis assistir esse filme desde que ou na TV quando ela era criança (anos 1990), mas não conseguiu assistir por completo pois era de noite, o filme tem 4 horas de duração e ela dormiu depois de muitas tentativas. Minha mãe só foi conseguir assistir esse filme inteiro comigo em 2021 quando ou no Telecine Cult, e atualmente é um dos filmes favoritos dela (e um dos meus também). Que jornada legal.
Nota: 10/10

Não é todo dia que você vê o Willem Dafoe dublando o Ryuk e a Margaret Qualley como namorada do Nat Wolff em um live-action de Death Note da Netflix...
Nota: 5,5/10

Deixe seu amado irmão feliz.

Era uma Vez no Oeste é uma obra-prima definitiva do faroeste e um marco cinematográfico, junto com a Trilogia dos Dólares.
A narativa épica e cheia de simbolismos é de deixar o telespectador sem palavras. O filme vai muito além de uma história de vingança comum, porque também é uma meditação sobre o fim do Velho Oeste, a chegada da civilização (representada pela ferrovia), cheia de carga simbólica grandiosa. As atuações são geniais, vemos o Henry Fonda incorporar um vilão cruel extraordinário, além do Charles Bronson, Claudia Cardinale e Jason Robards também interpretarem personagens muito memoráveis e bem desenvolvidos.
A direção do Sergio Leone é estilista e única demais, o ritmo lento do filme é tão perfeito que as 2h50min de duração não são nem um pouco tediosas, além dos enquadramentos grandes e os silêncios ensurdecedores presentes aqui, sendo um filme muito artístico e genial. A trilha-sonora do Ennio Morricone... Sem explicação né? Morricone é sinônimo de composição lendária, e a trilha-sonora original desse filme é uma das melhores de todos os tempos. A fotografia do filme também é impecável, principalmente nos closes extremos e em toda a estética geral.
Conclusão: não considero esse só como um dos melhores faroestes de todos os tempos, mas também como um dos melhores filmes de todos os tempos. Sergio Leone era um diretor monstruoso e digno de todos elogios possíveis.
Nota: 10/10

Não sei se sou infeliz porque não sou livre, ou se não sou livre porque sou infeliz.

Acossado é um filme muito fascinante. A direção do Godard aqui é sinônimo de genialidade, a abordagem experimental e improvisada presente aqui é magnífica. Filme cheio de cortes, câmeras de mão, iluminação natural, narrativa dividida e metalinguagem. O clima de rebeldia dos anos 1960 é perfeito, e as atuações, figurinos e diálogos são esteticamente impecáveis. Do início ao fim, o filme todo foi uma experiência linda de assistir, fascinante no máximo.
Nota: 9,5/10

Há uma diferença entre nós. Você acha que o povo deste país existe para lhe dar posição. Eu acho que a sua posição existe para dar liberdade a essas pessoas. E eu vou garantir que elas a tenham.

Eu confesso que não botei tanta fé nesse filme, esperava gostar mas não totalmente. Sempre ouvi várias pessoas dizendo que esse filme é muito superestimado, que é historicamente incorreto no máximo, que o sotaque do Mel Gibson é tosco, que não merecia ter ganho o Oscar de melhor filme, tudo mais. Resultado: tive uma das melhores experiências cinematográficas assistindo esse épico 5 estrelas. Fiquei 20 minutos seguidos pensando muito nesse filme, que OBRA-PRIMA.
Dirigido e estrelado por Mel Gibson, Coração Valente é um épico baseado na vida do herói nacional escocês William Wallace, conta com uma trama sobre luta pela liberdade contra a opressão inglesa, carga emocional forte e patriótica. A luta por liberdade, honra e justiça repercute com plateias de várias culturas e épocas, transformando a história em algo atemporal. Falem o que quiser do sotaque do Mel Gibson, mas é inegável que a atuação dele como William Wallace é uma atuação extremamente irável e perfeita, ao ponto de fazer o telespectador se sentir na pele dele o tempo todo. Não que o filme tenha feito eu me sentir um "grande herói escocês", mas eu realmente senti a luta por paz e honra do protagonista durante o filme inteiro. E não é só o Mel Gibson que está perfeito aqui, praticamente todo o elenco dá um show de atuação fenomenal. Cheguei a ter dificuldade pare escolher uma frase favorita do filme, porque é uma sequência de diálogos excepcional o tempo todo. A produção do filme é grandiosa - figurinos, cenários, localizações e direção de arte são cuidadosamente trabalhados para recriar a Escócia medieval com realismo e impacto visual forte. As cenas de batalha são gloriosas, sequências de guerras intensas, brutais, sangrentas, coreografadas de forma realista e sem CGI são revolucionárias até hoje. A trilha-sonora composta por James Horner intensifica a emoção e atmosfera do filme, muito marcante. E o que eu posso falar sobre o final do filme? Puta que pariu, fiquei de queixo caído e arrepiado até os créditos aparecerem. Uma das melhores experiências que eu já tive vendo um filme, sem exagero.
Resumão de Coração Valente: 3 horas de duração me prenderam tanto na tela que parece que o filme foi muito mais curto. Mel Gibson é um ator, diretor e produtor sanguinário pra caralho e esse filme é perfeito.
Nota: 10/10

Eu estava lá para levar as pessoas além do que se espera delas. Acredito que isso seja uma necessidade absoluta.

WOW... Estou sem palavras. Como vou descrever essa perfeição cinematográfica direito?
Só posso dizer que as atuações são perfeitas, J.K. Simmons não ganhou Oscar à toa pela atuação do maestro maluco Terence Fletcher, Miles Teller como o jovem baterista Andrew Neiman é perfeito e muito natural, a direção e o ritmo do Chazelle é tão calculista e tensa que quase transforma o filme num suspense, a trilha-sonora é sublime do início ao fim... TUDO aqui é perfeito.
O filme discute sobre até onde vale a pena ir pela perfeição, questionando os limites entre motivação e abuso, dedicação e obsessão. O conflito psicológico entre o Andrew e o Fletcher é uma batalha mental que me fez suar frio o filme todo. A cena final me deixou de queixo caído o tempo inteiro também, uma das melhores formas possíveis de concluir um filme. Queria escrever mais, mas em conclusão: Whiplash é SUBLIME.
Nota: 10/10

Whiplash>Whiplash.

Fofo demais.

Assisti pra ver se era tão ruim quanto me disseram KKKKKKKKKKKKK

Lindo. Lindo. Lindo.

Que loucura... Só posso dizer que esse curta é Rock n' Roll pra caralho.

É muito bem feito, mas meio tedioso mesmo sendo bem curto. De qualquer forma, Leni Riefenstahl se daria muito bem em Hollywood.

Triunfo da Vontade, a infame propaganda dirigida por Leni Riefenstahl.
Como filme, é inegável sua influência. Em termos de produção cinematográfica, trabalho de câmera, posicionamentos, uso da trilha-sonora, montagem e sua edição para a duração de quase duas horas, é uma propaganda excelente muito bem feita e impressionante para a época - infelizmente de um regime sangrento que causou um dos capítulos mais sombrios da história. Moralmente totalmente condenável, mas também um documento histórico muito importante e perturbador.

Um documento histórico que FELIZMENTE envelheceu mal, mas a Leni Riefenstahl realmente tinha talento grande pra fazer propagandas cinematográficas.

Um bom spin-off que se a na cidade mais barulhenta dos EUA (Nova Iorque), sobre a jornada para uma pizza e garantir a sobrevivência de um gato. O maior ponto do filme é as atuações, e que final triste.
Nota: 6/10

Dez anos atrás, meu pai estava em Munique. Muitas vezes, depois do teatro, ele me contava que ia com amigos a uma Bierstube. Havia um maluco que eles achavam um idiota. Ele falava sobre política. Era uma atração e tanto. Pagavam cerveja para ele e o incentivavam. Ele subia na mesa fazendo discursos furiosos. Ele era Hitler.

O Conformista conta a história de um espião da polícia política fascista chamado Marcello Clerici, que vai a Paris em lua de mel. A lua de mel é na verdade um disfarce: sem sua esposa Giulia saber, ele deve eliminar um de seus ex-professores, que agora é um dissidente político.
Sinceramente, tô sem palavras pra descrever essa obra-prima que eu acabei de assistir. Literalmente tudo aqui me deixou fascinado ao máximo do início ao fim, seja o estilo visual (todo o uso de luz, cores e sombras no geral), a temática profunda (fascismo, identidade e repressão, o protagonista complexo), a estrutura não-linear, a direção sofisticada do Bertolucci, a cinematografia rica, o roteiro poderoso, todas as atuações, os diálogos, o ato final, a quebra da quarta parede na cena final... Se esse filme fosse mais conhecido, facilmente seria incluído em várias listas sobre os melhores filmes de todos os tempos. Perfeição cinematográfica.
Nota: 10/10

Se continuar dançando com o Diabo... um dia ele vai te seguir até sua casa.

É cedo demais pra falar que já temos um dos melhores filmes do ano? Pra mim não, porque acho difícil algum filme desse ano superar Pecadores! Posso afirmar que é um filmaço perfeito do caralho e que eu saí do cinema batendo palmas.
É terror, é suspense, é drama, é musical, é ação, é aventura, é filme de época, é filme de vampiro, é filme com quase todo o elenco negro, é cultural, é muito imprevisível... Tem muito sangue, tem sexo, tem tensão, tem uma trilha sonora sublime pra caralho, tem Blues, toca muito bem no assunto de dizerem que Blues era "música do Diabo" na época, tem cenas de musicais perfeitas, tem reviravolta foda atrás de outra, tem a atuação do Michael B. Jordan, tem o Michael B. Jordan EM DOBRO, tem um elenco todo com uma atuação extraordinária além do Michael B. Jordan, tem uma narrativa foda, fala sobre lutar pelo o que é seu, tem um final satisfatório no máximo, tem coisa pensativa, tem o clichê do cara tirando o pino da granada com o dente... CHEGA, essas 5 estrelas não são à toa. Vi numa sala IMAX quieta e legendado, que experiência. Achei perfeito do início ao fim!
Nota: 10/10

Premonição 3 comete o mesmo problema do anterior: reciclar demais a fórmula da franquia e não superar o antecessor. Porém, traz novos conceitos bem originais e interessantes, conta com atuações que são do mesmo nível do primeiro e do segundo e continuam intrigando muito bem no geral, mortes mais exageradas, e no geral é um filme divertido. Só achei o final pouco impactante, adoro esses finais tensos que acabam pela metade de forma desastrosa, mas aqui quando acabou eu só falei "ah... Ok!", mas a escolha de música dos créditos finais foi engraçada.
Nota: 6,5/10

Buster Keaton era um gênio do caralho (e um maníaco também) pra ter dirigido e atuado nisso a mais de 100 anos atrás. Sherlock Jr. é muito imprevisível, criativo, genial, bem feito, mudo e me fez rir do início ao fim. Muito na vanguarda de seu tempo. Queria que esse filme tivesse mais do que 45 minutos, porque é uma verdadeira obra-prima influente da comédia.
Nota: 10/10

You're counting all your sheep in disguise
Caught up in the world of lies
Everyone knows that, you've got
Ulterior motives, tell me the truth
Every move shows it, ah-ha
Don't you realize that you're telling lies?

Assisti pela lostwave, e tenho que itir que é um daqueles pornôs clássicos com trama estranhamente muito interessante, bem feito e com uma trilha-sonora ótima. carl92, eu sei que é um pornô, mas você não precisava de ter escondido de onde você tirou essa música...
Nota: 6,5/10

Se o Kira for pego, ele é mau. Se o Kira governar o mundo, ele é justiça.

Esse é o primeiro anime que eu assisto inteiro, e meu Deus, que obra de arte fantástica! Enredo muito inteligente, cheio de reviravoltas, estratégias e jogos psicológicos entre os personagens principais (principalmente entre o Light e o L). Os personagens são muito bem desenvolvidos, com motivações fortes e evoluções ao longo da trama. A série levanta várias questões sobre justiça, poder e ética, achei muito reflexiva do início ao fim. Cada episódio termina de forma que mantém o suspense, tensão e o interesse. Acho que meu episódio favorito foi o 24 (Fukkatsu), mas todos episódios tem seu charme. Gostei do final também, principalmente da forma que ele é direcionado.
E vou itir: torci pelo L o tempo todo.
Nota: 9,5/10

O problema de Premonição 2 é que ele copia/recicla muita coisa do primeiro (seja qualidades ou defeitos), e é inferior ao primeiro de qualquer forma. Porém, não deixa de ser um filme muito bom, cheio de cenas de mortes exageradas e ótimas, protagonistas interessantes, e a trama que continua muito interessante e envolvente. As conexões com o primeiro filme são ótimas também. Uma coisa que eu tô adorando nessa franquia é os finais, onde acabam de forma muito tensa e inesperada, pela metade e deixam um ponto de interrogação brabo na cabeça. Gostei bastante, apesar de não achar melhor que o primeiro.
Nota: 7/10

Na morte não há acidentes, coincidências, contratempos ou fugas.

Premonição me impressionou muito. Filmão de terror late 1990s/early 2000s no talo, com uma trama muito interessante e envolvente. A ideia de um assassino invisível sem corpo que mata em sequência pessoa por pessoa é excelente e muito bem executada aqui. As cenas são memoráveis, algumas são meio previsíveis mas ao mesmo tempo são bem chocantes, e as que são imprevisíveis são muito mais impactantes e bem elaboradas. A trilha-sonora é bem diversificada e se encaixa muito no filme. O final de acabar do nada de forma chocante é muito bom por isso mesmo. Grande filme.
(e o Stifler do American Pie aparecendo do nada foi um jumpscare pra mim).
Nota: 8/10

Ok... Tenho que itir que é melhorzinho que o primeiro, mas falar isso é o mesmo que falar que tirar 1 é melhor do que 0 numa prova.
Nota: 3/10

Premonição 5 obviamente tem algumas cenas exageradas e alguns diálogos meio cafonas, mas é bem executado e conta com uma boa trama. Gostei bastante do dilema moral que o fato dos personagens poderem "roubar a vida" do outro cria, uma jogada bem interessante e diferente que dá um toque muito interessante no filme. Conta com várias cenas que, apesar de não serem tão impactantes, são bem memoráveis, destaque para o 3D do filme. A reviravolta do final do filme é muito foda, e a música do AC/DC nos créditos obviamente me fez aumentar o volume no máximo.
Obs: cronologicamente esse é o primeiro da franquia, então iniciei por ele. Minha mania de assistir franquias na ordem cronológica é braba.
Nota: 6,5/10

A realidade é que não lavamos nossa própria roupa, ela só vai ficando mais suja.

Eu confesso que assisti esse filme só por ler "Al Pacino" e "anos 1970" na mesma sentença, mas esse não é o único motivo de eu estar dando 5 estrelas para esse filmaço.
Serpico é baseado na história real de Frank Serpico, um policial de Nova York que denunciou a corrupção sistêmica dentro da própria polícia, denúncia essa que que levou à criação da Comissão Knapp e diversas outras reformas reais. Que o Al Pacino é um ator perfeito que consegue encarnar diretamente nos seus personagens é óbvio, e aqui não é nem um pouco diferente. A coragem do personagem em meio ao retrato da corrupção policial, além de tornar o filme muito socialmente relevante, tornam o filme uma obra-prima com uma das melhores atuações de sua carreira, uma das mais humanas e intensas principalmente. A evolução emocional de Serpico, que vai de um idealista esperançoso a um homem desiludido e solitário, é o que mais intriga no filme. O filme possuí um estilo direto e não artificial, a direção de Sidney Lumet imprime realismo, tensão e um olhar crítico direto ao ponto sobre as instituições. Não romantiza a polícia e nem cria heróis facilmente, mergulha na dificuldade moral do sistema e mostra as consequências pessoais para quem tenta agir corretamente dentro de uma estrutura corrompida, uma força dramática muito acima da média dos filmes policiais em geral. Fiquei vidrado na tela o filme inteiro, minha nota não poderia ser diferente. Vários policiais deveriam seguir o exemplo de Serpico.
Nota: 10/10

Warriors, venham aqui brincar!

É uma blasfêmia do caralho eu ter jogado muito o jogo do The Warriors no PS2 quando criança mas nunca ter parado pra assistir o filme antes de hoje, sinistro... Eu devia ter feito isso a 4 anos atrás.
The Warriors é um filme bem simples, a trama mostra uma gangue que deve ar pelo território rival para voltar para casa em segurança após ser acusada falsamente de ass o líder e porta-voz de um comício que reúne membros das gangues locais principais. Filmaço, impossível não achar ele legal e maneiro no máximo. Muito bem dirigido, curto e divertido, conta com várias cenas de luta que não são perfeitas mas são muito legais de assistir. A direção de arte e os figurinos são o que mais intrigam no filme, junto com essa trilha sonora excelente. Incrível, filmes descolados dos anos 1970 são os melhores.
Nota: 9/10

Nós, os marinheiros do "Potemkin", devemos apoiar os trabalhadores, nossos irmãos, e permanecer na linha de frente da revolução!

O Encouraçado Potemkin vai muito além de ser uma simples propaganda Bolchevique de 1925, pois é um dos filmes mais importantes e influentes do cinema. Além de seu valor histórico e importância, conta com cenas icônicas muito bem feitas para a época, como a da escadaria, do carrinho de bebê, todas as cenas do navio, etc. Montagem impressionante, filme incrível.
Nota: 9,5/10

Ah, um último favorzinho. Se ares pelo céu, manda lembrança aos anjos. Mas, se teu fim for o inferno... dá meu endereço ao Diabo!

Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver é uma sequência que supera o antecessor, aprofundando ainda mais o universo do Zé do Caixão, continuando perfeitamente onde À Meia Noite Levarei Sua Alma parou. Zé retorna ainda mais complexo, cruel e filosófico. Sua busca obsessiva pela "mulher perfeita" com quem terá o "filho superior" continua, mas agora com métodos ainda mais insanos. A dualidade entre racionalismo niilista e o confronto com o sobrenatural se intensifica muito mais, tornando o personagem uma figura quase trágica. A direção do Mojica é mais segura e criativa do que no filme anterior, com sequências mais bem executadas e uma fotografia mais sofisticada. Um dos maiores destaques é a cena do inferno, filmada com cores vibrantes, dividindo o preto e branco do resto do filme, uma cena simbólica, visualmente impactante e memorável. A inspiração no cinema do terror expressionista e surrealista europeu continua, mas com uma identidade fortemente brasileira. Também vemos mais aprofundamento em discussões sobre ateísmo, moralidade, destino e natureza humana. O embate entre Zé e os valores religiosos atinge outro nível intenso, com provocações mais explícitas e reflexões existenciais mais densas. O personagem chega a duvidar de si mesmo após uma experiência alucinógena (na sequência do inferno), criando camadas psicológicas no enredo. As cenas de tortura e morte são mais gráficas e chocantes, antecipando elementos do cinema extremo e do terror psicológico. Cada cena de terror é cheia de metáforas sociais e existenciais, tornando o filme muito maior do que um mero "espetáculo de choque". Um grande exemplo de como o Brasil era capaz de produzir terror autoral, provocativo e marcante com poucos recursos, um grande marco no cinema brasileiro. Um dos melhores filmes nacionais que eu já assisti.
Nota: 10/10

O que é a vida? É o princípio da morte. O que é a morte? É o fim da vida. O que é a existência? É a continuidade do sangue. O que é o sangue? É a razão da existência!

À Meia Noite Levarei Sua Alma, o primeiro filme de terror genuinamente brasileiro, e um grande marco pioneiro no cinema do terror brasileiro, com uma genial originalidade estética, temática e cultural. José Mojica Marins cria um dos personagens mais icônicos do cinema brasileiro: Zé do Caixão - um coveiro ateu, niilista, violento, impulsivo e obcecado por deixar um herdeiro. Ele representa a revolta com os valores religiosos e morais tradicionais, sendo simultaneamente um vilão e um símbolo de rebeldia. O personagem em si é uma crítica a hipocrisia religiosa, o conservadorismo brasileiro da época e o autoritarismo. A narrativa é muito provocante e única, Zé do Caixão desafia abertamente Deus, a religião e a moralidade, sendo um personagem filosófico, cruel, carismático e fascinante. O filme quebra tabus, como morte, sexo, brutalidade e fé de uma forma ousada para a época. Mojica cria uma mitologia própria e influente, não apenas para o cinema brasileiro, mas também para o cinema alternativo e underground internacional. O filme é visualmente muito marcante, preto e branco com uma estética inspirada no expressionismo alemão e no terror clássico da Universal, criando uma atmosfera genuinamente sinistra e perturbadora. Sombras, closes intensos e truques simples são bastante utilizados, muito eficazes para criar terror psicológico e visual. Maravilhoso, um verdadeiro tesouro nacional.
Nota: 9,5/10

Lógico que 7 horas de O Poderoso Chefão é puro orgasmo cinematográfico, mas ainda acho que a forma perfeita de assistir o primeiro e o segundo é separado com a mesma ordem embaralhada dos flashbacks do segundo filme. Mas não deixa de ser muito interessante e grandioso.

Meu pai me ensinou muitas coisas aqui - ele me ensinou nesta sala. Ele me ensinou: mantenha seus amigos por perto, mas seus inimigos mais perto ainda.

Uma das melhores sequências da história do cinema, que cria uma tempestade mental na minha cabeça toda vez que eu tento decidir se ele é o melhor de todos ou o primeiro Poderoso Chefão que é. O Poderoso Chefão 2 é brilhante. Um verdadeiro épico de 3 horas e 20 minutos de duração com uma estrutura narrativa bem ousada e inovadora, já que intercala duas linhas do tempo paralelas: a ascenção de Vito Corleone, desde sua infância na Sicília até se tornar o patriarca (interpretado pelo grandioso Robert De Niro com uma atuação brilhante), e a queda moral de Michael Corleone (Al Pacino, que nem precisa de comentar sobre), que agora como chefe da família, mergulha cada vez mais fundo na frieza, paranóia e isolamento. Essa divisão de linhas do tempo cria um contraste poderoso entre pai e filho, tradição e decadência. A profundidade temática amplia os temas do primeiro filme com ainda mais densidade: poder, corrupção, imigração, identidade, solidão e família. Mostra como o sonho americano pode ser facilmente corrompido, explorando a deterioração emocional e ética de Michael Corleone. O final do filme é devastador: Michael triunfa externamente, porém perde tudo internamente. As atuações... Bem, se o filme recebeu 5 estrelas e tem o Al Pacino e o De Niro no elenco, já sabe que é perfeito, sem comentários. O roteiro, ambicioso e melancólico, expande a mitologia Corleone sem se repetir, com uma direção madura perfeita do Coppola, com um ritmo lento e reflexivo, intensificando o silêncio, os olhares e as decisões morais. A trilha-sonora e a fotografia estão no mesmo nível do primeiro, ou seja: perfeição pura. Um dos melhores filmes já feitos, junto com o primeiro.
Nota: 10/10

Largue a arma. Pegue o cannoli.

Não é exagero nenhum falar que O Poderoso Chefão é o melhor filme já feito na história do cinema além da sua importância geral. Na verdade, vou lhe fazer uma oferta irrecusável: se você não reconhece a importância desse filme para o cinema, pare de me seguir imediatamente. Gosto de respeitar opiniões alheias, mas dizer que esse filme é supervalorizado é um insulto à minha inteligência.
Agora, falando sério (não estava brincando antes de qualquer forma), provavelmente nunca veremos um filme como esse novamente.
Baseado no romance de Mario Puzo, o roteiro (escrito por Puzo e Coppola) tem o melhor misto de drama familiar, violência do submundo do crime e intriga política possível da história do cinema. Não é apenas um "filme de máfia", pois também fala muito sobre poder, lealdade, tradição, corrupção e transformação moral de uma forma que nenhum filme conseguiu reproduzir até hoje. Coppola traz profundidade psicológica, narração direta e um olhar majestoso em um ritmo perfeito para história. A direção equilibra momentos íntimos e reflexivos com cenas de violência simbólica, com pura tensão e organização. A ambientação da época é impecável, mostrando o pós-guerra norte-americano com detalhes ricos. A evolução de Michael Corleone de herói delicado para líder implacável é uma das jornadas de personagem mais bem construídas e complexas já escritas. As atuações obviamente são lendárias, pois além de Marlon Brando e Al Pacino terem performances perfeitas que facilmente entrariam no meu top 10 performances do cinema, também temos James Caan, Robert Duvall e Diane Keaton dando vida real aos personagens na tela. A trilha-sonora se encaixa perfeitamente no filme, sendo ela melancólica, chique e emocionante, uma das melhores coisas do filme em geral. A fotografia de Gordon Willis usa luz e sombra de forma muito expressiva para destacar a tensão, o mistério e o peso moral e emocional da narrativa.
O Poderoso Chefão não só redefiniu o gênero de filmes de máfia, como redefiniu o cinema num todo. Enquanto Cidadão Kane virou sinônimo de filme importante, O Poderoso Chefão virou sinônimo de perfeição cinematográfica. Falar tão bem desse filme é praticamente ser Capitão Óbvio. Cinema absoluto, sem exceção. Revendo o filme, percebi que os diálogos são tão memoráveis ao ponto de eu me lembrar de 90% deles, mesmo tendo visto o filme pela última vez a quase 4 anos atrás. Também percebi que esse é um dos filmes de 3 horas de duração mais curtos que eu já assisti.
Nota: 10/10

P.S. Eu resolvi rever esse filme porque minha voz tá rouca demais atualmente e eu não consigo parar de imitar o Don Corleone. Valeu muito a pena.

P.S.² Nunca vou entender quem dá 4.5 estrelas para esse filme... O QUE MAIS FALTA PRA DAR 5 ESTRELAS?

Tudo o que eu considero perfeito e que eu não mudaria absolutamente nada está aqui nessa lista. 5 estrelas, nota 10. Também poderia se chamar: meus filmes favoritos.

• No Half Measures: Creating the Final Season of Breaking Bad
• 12 Angry Men
• The Godfather Part II
• Parasite
• The Shawshank Redemption
• The Godfather
• City of God
• Schindler's List
• The Lord of the Rings: The Return of the King
• The Good, the Bad and the Ugly

...plus 105 more. View the full list on Letterboxd.

1. Sinners
2. Adolescence
3. Companion
4. A Minecraft Movie
5. Chaos: The Manson Murders
6. The Electric State

1. Pulp Fiction
2. Inglourious Basterds
3. Kill Bill: Vol. 1
4. Django Unchained
5. Once Upon a Time... in Hollywood
6. The Hateful Eight
7. Reservoir Dogs
8. Jackie Brown
9. Kill Bill: Vol. 2
10. Death Proof