A Globo deveria investir em pelo menos um filme dacasa por semana na Sessão da Tarde.

As tradições brigando com a atualidade. É uma reflexão sobre tudo o que estamos vivendo.
As pessoas não aceitam aquilo que desconhecem, não aceitam qualquer coisa que saia da sua realidade confortável e que faça ultraje a costumes sociais. Porém, essa mesma pessoa (ou sociedade, ou cultura) quer desfrutar dos sabores do mundo, quer se sentir parte do todo.
O conflito está ai. Querer ser tudo o que os outros são, porém, sem querer abrir mão de quem você costuma ser.
Libertem-se do normativo. O filme começa com alguém se algemando só porque todos estão fazendo.
Na vida é meio que isso, temos duzias de ações ligadas a pensamentos que apenas seguem um fluxo, não há razão nem sentimento por trás das ações que são comuns e normais. A liberdade é conquistada com a permissão da experimentação.
Toda excentricidade é tratada numa névoa de normalidade. Isso é mágico, e perfeito, neste filme. Existe uma certa delicadeza para tratar de cenas que aos olhos soam chocantes, mas, imediatamente, o texto do roteiro nos dize que: "aquilo que você está julgando é normal pra alguém".